O Carnaval foi passado em Colónia, na Alemanha. Eu e o meu grupo de amigos chegámos com expectativas muito elevadas, uma vez que Colónia tem fama de ter um dos melhores Carnavais da Alemanha. E talvez seja mesmo verdade...
1º Dia - Sábado - Dusseldorf
Dusseldorf, a título de curiosidade, é um dos mais importantes pólos do desenvolvimento da Alemanha. Depois da Segunda Guerra Mundial, e graças a um rigoroso planeamento urbanístico, Dusseldorf recompôs-se recuperando o título de uma das cidades mais promissoras da Europa actual.
"A cidade tornou-se um dos principais centros da publicidade e da moda a nível europeu, mas agora tornou-se também no principal palco do mercado de telecomunicações da Alemanha. Além disso, ainda tem uma das mais importantes bolsas de valores da Alemanha e uma das redes de transportes mais funcionais do mundo."
in Volta ao Mundo
Mas umas horas não foram suficientes para observar toda esta modernidade.
Chegámos já tarde o que apenas nos deu a oportunidade de sair para comer qualquer coisa e beber um copo. Qual não é o nosso espanto quando vemos a loucura que já havia na célebre avenida conhecida como "o maior bar do mundo". E ainda era Sábado!!! Havia música nas ruas, muita animação e boa disposição. Um óptimo cartão de boas-vindas para os portugueses.
A noite acabou cedo porque no dia seguinte partíamos de manhãzinha para a verdadeira festa em Colónia.
2º Dia - Domingo - Colónia
Pesquisando um pouco no meu querido Google, antes de partir para a verdadeira festa de Carnaval, fiquei a saber que Colónia é a quarta maior cidade da Alemanha e ficou, também, parcialmente destruída ao longo da Segunda Guerra Mundial.
A primeira coisa em que se pensa quando se fala em Colónia é mesmo a Dom, a enorme e imponente Catedral,- o ex-líbris da cidade - que salta à vista mal se chega ao centro. Não é por acaso que foi considerada pela UNESCO Património Mundial na Humanidade.
Outra das curiosidades de Colónia é a cerveja, chamada de "Kölsch". Ora, este nome é também o dialecto de Colónia, o que faz com que se diga, usualmente, em tom de brincadeira,que Kölsch é a única língua que se pode beber.
Deixando as curiosidades e prosseguindo a nossa viagem, as vaquinhas - sim, fomos mascarados de vaquinhas - chegaram de comboio a Colónia por volta das 10:30. Mal pusemos os pés na estação, os mascarados empurravam-se uns aos outros, ansiosos por chegar rapidamente à festa que já decorria. Já se via um mar de gente e o mais impressionante foi a variedade de idades e de culturas que encontrámos. Desde os mais novos aos mais velhos, ninguém queria perder a oportunidade de aproveitar estes dias de festa ao máximo.
Depois de instalados, - e porque um de nós tinha uma amiga a morar em Colónia, - conseguimos bilhetes para uma tribuna onde iríamos assistir ao desfile de Carnaval e misturar-nos com o povo alemão, o que tornou logo a nossa estadia mais interessante e genuína.
O “Rosenmontagszug”, o tradicional desfile de Colónia, demora cerca de quatro horas e é assistido por quase um milhão de pessoas! E eu, o que posso dizer sobre o cortejo? Ora, muita animação, doces, muitos doces, muitos sorrisos, música, e mais e mais doces. Quem desfilava atirava para a plateia mãos cheias de doces para felicidade das crianças e até mesmo dos adultos (acabámos o desfile com uma mochila inteira de chocolates, gomas, rebuçados, tudo...).
Os alemães, esses, demonstraram ser donos de uma simpatia que, confesso, não estava à espera. Ficámos agradavelmente surpreendidos com a hospitalidade e alegria do povo alemão que não perdia uma oportunidade para tirar fotografias às vaquinhas.
A festa prolongou-se até cerca da meia-noite, altura em que as pessoas se enfiavam nos bares...Nós dispensámos essa parte e retirámo-nos para os nossos aposentos preparando-nos para o dia seguinte.
3º Dia - Segunda-Feira - Colónia
Acordámos com intenção de sair "à turista" de manhã para umas fotografias "à civil"...Impossível...Mal saímos do hotel encontrámos ainda mais gente que no dia anterior e a cidade estava praticamente dividida ao meio para mais um cortejo. Rapidamente voltámos ao hotel seguindo o lema "se não consegues vencê-los, junta-te a eles". Passeámos pelas ruas estreitas de Colónia, e sentámo-nos no jardim ao lado do rio Reno a aproveitar o sol enquanto comíamos, deliciados, um pão com salsicha. De tarde, tivemos a mais agradável surpresa.
Demos por nós no meio de uma festa tipicamente alemã, - desde velhinhos mascarados a crianças, - com direito a banda e tudo. Os amigos alemães rapidamente nos puseram à vontade conversando connosco e dançámos, dançámos muito ao som da sua música...
4º Dia - Colónia - Porto - Vila do Conde e Póvoa de Varzim
Acordados desde as 6:30 (5:30 em Portugal) aproximavam-se longas horas de viagem (de comboio e avião). Por volta da 14h estávamos em casa, de regresso à vida real.
Estes dias valeram muito a pena para conhecer Colónia, mas o ideal, segundo me aconselharam os alemães, é mesmo visitar a cidade na altura do Carnaval, aproveitar os dias de folia, e ficar por lá mais alguns a descansar e a passear um pouco pela cidade. Na realidade, para além da Catedral e da zona do rio Reno, não há assim tanto mais para conhecer, a não ser que seja das pessoas que gosta de passar os dias em museus quando vai viajar. Talvez um dia volte com mais tempo, para visitar o Museu do Chocolate, por exemplo (pena que estava fechado nesta altura)...
O que vou guardar na memória é, principalmente,a hospitalidade com que nos recebeu o povo alemão e a festa que foi além do que eu estava à espera. Fiquei viciada no Gluhwein - vinho quente - e voltei para Portugal empenhada em aprender a receita daquela maravilha com travo a canela. A partir do Carnaval, uma das minhas bebidas de eleição para o Inverno.
E, claro, a companhia que também foi óptima..:)
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