O restaurante Per Se, do chefe Thomas Keller, é considerado por todos, críticos e gourmets, o melhor restaurante dos Estados Unidos. Consome peixe português. Também em Nova Iorque, o Le Bernardin, do chefe Eric Ripert, só consome peixe português. Ferran Adrià, o melhor cozinheiro do mundo, acaba de declarar ao Expresso que "Portugal tem o melhor peixe e marisco do mundo".
Devemos afirmá-lo urbe et orbi. Com convicção. Com orgulho. Como já o fizemos nas Feiras de Turismo de Londres, de Madrid, de Lisboa ou de Berlim, onde milhares de profissionais o reconheceram e premiaram com o primeiro lugar.
A janela está aberta. Diria mesmo, escancarada. Mas a batalha está ganha? Não, nem por sombras. Não basta afirmá-lo, há sobretudo que merecê-lo. E, para isso, temos de ser quem sabe mais, em todo o mundo, sobre peixe. Na parte científica, onde, é verdade, já pontificamos. Como, por exemplo, com o magnífico Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, entre outros.
Na questão culinária, temos de nos alcandorar ao pódio. Fazer teoria. Cozinhar o peixe melhor do que ninguém. Grelhá-lo sem o secar e destruir. Nas nossas Escolas de Hotelaria, ter cursos de pós-graduação sobre o peixe e o marisco. Como sofisticá-lo, como fazê-lo acompanhar pelos legumes mais adequados. Os nossos chefes vão ter de ser, ou continuar a ser, os melhores do mundo a cozinhar peixe.
E nós, consumidores, temos de honrar o privilégio de termos "o melhor peixe do mundo". Sendo exigentes e conhecedores. Praticando e divulgando. Reconhecendo méritos e criticando incapacidades. Tornando-nos, cada um de nós, embaixador cá e lá fora dessa responsabilidade que é afirmar "Portugal: o melhor peixe do mundo!"
José Bento dos Santos (Pres. da Academia Intern. de Gastronomia), in Pública
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