Continuando a mostrar-vos um pouco mais do meu trabalho, deixo-vos também aqui o editorial que escrevi para a revista onde trabalho, em Abril de 2012. Curiosamente, foi há um ano, mas continua perfeitamente actual...
"Compre
o que é nosso
Temos ouvido falar em
exportação e internacionalização para fugir à crise. Em empresas que resolveram
apostar no estrangeiro porque Portugal não chega para evoluir. Mas essa
evolução deve começar de dentro. Temos que ser nós a valorizar-nos primeiro
para lá fora acreditarem no nosso potencial.
Mas talvez ainda não
tenhamos pensado nas coisas como elas são. Dizemos, é verdade, mas não as
colocamos em prática. Então, que dizer do nosso clima? Que dizer do nosso
turismo, do nosso Douro, das nossas praias, da nossa agricultura, do nosso
povo, não esqueçamos do nosso povo simpático e hospitaleiro! Aquele que, dizem
os entendidos, tem uma facilidade impressionante em aprender e falar várias
línguas e, dessa forma, receber os nossos turistas de braços abertos como só o
português sabe. E que dizer da nossa gastronomia? Do nosso peixe, do nosso vinho,
do nosso azeite…? Não teríamos nós, se munidos de uma gestão eficiente, mais
que motivos para quase subsistirmos por nós próprios?
As ideias começam a
surgir. O projecto “Compro o que é nosso” nasceu precisamente com o intuito de
dar valor, divulgar e enaltecer Portugal e os produtos portugueses. Agora,
resta espalhar a ideia, acreditar nela e aderir ao projecto. A Associação
Empresarial de Portugal, lançou esta campanha de forma a criar “Valor
Acrescentado em Portugal” com a assinatura “Compro o que é nosso”. Com este
apelo à consciência cívica de consumidores, empresários e trabalhadores para
comprarem os nossos produtos será possível criar mais emprego, mais riqueza e
mais desenvolvimento económico, o que, consecutivamente, trará mais
competitividade, mais qualidade e maior confiança no que é português.
O “Movimento 560”, criado
com o mesmo intuito, incentiva todos os portugueses a prestarem mais atenção ao
código de barras na altura da compra. A grande maioria dos produtos feitos em
Portugal ou de marcas portuguesas iniciam o código de barras com o número 560,
seja qual for o tipo de produto, o que torna mais fácil a sua identificação.
Que
precisamos de saber mais para consumirmos os nossos produtos? Haverá melhor
forma de estimular a economia portuguesa e combater a globalização? Sejamos
portugueses, tenhamos amor à nossa Pátria como sempre tivemos e, com certeza, a
balança comercial irá melhorar. Aníbal Cavaco Silva disse recentemente aos
portugueses: “Nesta hora, que é tão decisiva para o nosso país, não deixem de
olhar à origem dos produtos que compram e, sempre que possível, comprem os
produtos portugueses”.
Editorial de Abril de 2012, publicado na Revista Portugal Inovador
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