quinta-feira, 14 de abril de 2011

Um dos maiores flagelos do séc. XXI

"Foi um amigo que me chamou a atenção para este flagelo, sem dúvida, um dos maiores do século XXI - embora um dos mais discretos e insidiosos. Pensem na quantidade de vezes que uma simpática senhora, na caixa de um desses supermercados, vos disse a lendária frase "vou ter de lhe ficar a dever um cêntimo". E nós já nem pensamos, aceitamos. Quem de nós voltou a esse estabelecimento a cobrar a dívida? A dirigir-se a uma caixa e a dizer: "Minha senhora, vinha aqui buscar o cêntimo que me ficou a dever há oito dias"?

Sim, senhor, que um cêntimo é uma coisa miserável e quase invisível. A própria moeda é deprimente: se não fosse a cor e a forma, pareceria, ao toque, um floco de caspa caído para dentro da nossa carteira. Mas o que é certo é que, se pensarmos em todas as vezes que essa situação de fila de supermercado nos aconteceu, somadas a todas as vezes que isso aconteceu a cada uma das pessoas que está, neste momento, no seu ângulo de visão (e se não está nenhuma, caramba, saia um bocadinho, veja gente, que isso também não é vida!) e a todas as vezes que sucedeu a todas as pessoas que estão fora do seu ângulo de visão...Ainda é capaz, tudo somado, de resultar numa chocante maquia.

Meus amigos, a frase "vou ter de lhe ficar a dever um cêntimo" está a encher cofres indevidamente - e talvez a pagar cantorias e chistes privados entre galos do consumo!"

Nuno Markl

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