terça-feira, 17 de abril de 2012

Merda de Vida


Quando recebo notícias de pessoas que morrem de repente, seja num acidente, ou com uma doença súbita fico de rastos. Penso que podia acontecer a mim ou a alguém que me é querido. Penso na família e nos amigos chegados dessas pessoas que, esses sim, vão sofrer agora. Penso nos anos de vida que ainda tinham pela frente e nas alegrias e tristezas que ainda ficaram por viver. Quando recebo uma notícia, como a que recebi hoje, de uma jovem de 24 anos que faleceu de repente (penso que teve uma embolia pulmonar), professora de ginástica, cheia de energia, fico chocada. Como é que a vida é tão cruel...? Lembro-me do que sofri quando perdi o meu melhor amigo e solidarizo-me com a família desta jovem. Não a conhecia, apenas a vi uma vez, mas se eu, que já estava um pouco à espera do desfecho que o meu amigo teve, neste caso, nada disto era de prever. O sofrimento não é menor quando já se está à espera dele, mas pelo menos surge mais conformado, menos desesperante. Não conheço a família desta rapariga, mas se conhecesse ia dar-lhes um longo abraço e dizer-lhes o que já todos sabemos: que não há palavras que reconfortem um momento como este, apenas o tempo. O tempo diminui a dor, aumentando a saudade. O T. tinha 23 anos quando o perdi. Esta jovem tinha 24. Que déjà vú de merda estou a ter.

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