terça-feira, 24 de maio de 2011

Portugal - é de se beber!


"Este território já produzia (bom) vinho antes da nacionalidade. No séc. XII, já os nossos pescadores levavam (bom) vinho no lastro dos navios para trocarem por mantimentos no Mar do Norte. Homens de visão, demarcaram, com regulamentação precisa, no séc. XVIII em Portugal, a primeira região vitivinícola mundial. Para muitos produzimos o melhor vinho do mundo - o Vinho do Porto. E os delicados Madeiras. E também os reconhecidos Moscatel de Setúbal e Carcavelos.

Sabemos produzir vinhos populares, autênticos case study mundiais, como o Vinho Verde ou o Mateus Rosé.

Recebemos invejáveis prémios e classificações nos vinhos topo de gama que produzimos. E, nos vinhos populares de mesa, conseguimos produzir marcas imbatíveis em 'preço/prazer' (expressão mais adequada à afirmação pretendida que a desapropriada 'qualidade/preço').

Mas então o que falta para os Wines of Portugal verem reconhecida a sua categoria? E passarem então a constituir prateleiras próprias e identificadas nas lojas e supermercados de todo o mundo?

Investimos milhões na promoção dos nossos vinhos, mas os resultados reais são ainda parcos, quando comparados com ambições legítimas. E, quando comparados com os de outros países que, embora menos dotados, nos ultrapassaram.

Produtores, unam-se! Organizem-se! Escolham os melhores para vos representar e definir estratégias. Se não os há entre vós, vão buscá-los fora! Mas actuem já, pois, com a entrada iminente de novos actores no mercado, corremos o risco de ficarmos apenas com a consolação de só nós sabermos que produzimos alguns dos melhores vinhos do mundo."

in Revista Única, por José Bento dos Santos*
(*produtor de vinho e presidente da Academia Internacional de Gastronomia)

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