sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sobre o livro que estou a ler

Muitas vezes me perguntam como consigo ler este género de livros, tão pesados. A verdade é que gosto de ler sobre todos os temas. Desde aqueles romances levezinhos, de ler na praia, até biografias, policiais, ou mesmo este género de livros.

Este "Sem ti, eu não existo", de Melissa Fay Greene, fala de uma mulher etíope que, depois de perder o marido e uma das duas filhas com tuberculose, cai na depressão e só se levanta quando começa a recolher crianças órfãs, que perderam os pais, vítimas da sida, ou abandonadas por eles pois não tinham condições para os sustentar ou estavam a morrer com a doença. Eram múltiplas as razões para que essas crianças fossem deixadas ao cuidado de Haregewoin, mas independentemente das causas, esta mulher nunca recusou uma criança e acabou fazendo da sua própria casa um orfanato. Estas crianças passaram a ser a família que ela tinha perdido e ajudaram-na a dar outro sentido à vida.

Tenho lido este livro muito devagar. É um livro um pouco pesado e portanto tenho tentado lê-lo com muita calma. É pesado, principalmente por sabermos que é real. A Etiópia, para além de ser um dos países mais pobres do mundo, é também um dos territórios onde há um maior número de vítimas da sida. E impressiona saber que, Haregewoin, uma mulher da classe média na Etiópia, abdicou do poder económico que tinha e que lá é de louvar, para ter a coragem de abrigar crianças carenciadas, algumas delas muito doentes, mas nem assim desistiu, contando com a ajuda de vizinhos e amigos para manter o orfanato.

E ainda ontem, enquanto lia algumas páginas do livro parei para pensar em como louvo o facto de ter nascido neste cantinho de Portugal. Apesar de muita coisa, somos abençoados por sermos portugueses. E fez-me pensar também que, realmente, estamos sempre a queixar-nos por coisas que não valem a pena. Fez-me pensar o quão mesquinhos conseguimos ser, mesmo inconscientemente. E é por isso mesmo que também gosto de ler este género de livros. São muito pesados mas é este o poder que eles têm. Têm o poder de nos fazer parar para reflectir e dar valor às pequenas coisas.

Enfim, ainda nem a meio do livro cheguei e já estou com estes pensamentos, imagino quando chegar ao fim.

1 comentário:

  1. eu tambem estou a ler o livro!
    O livro tem partes muito entressantes mas tem outras um pouco maçadoras.....mas mesmo assim permitenos ver algo que existe e abrimos os nossos olhos e a nossa cabeça para uma realidade que é bem comum em paises como a etiopia.

    Ainda não acabei,estou a lelo com muita calma!

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