quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Caminhar sozinha...

Gosto de caminhar sozinha. Sempre gostei. Aliás, acho que já noutros posts falei sobre isso. Sempre prezei muito a minha solidão. Os meus momentos em que não quero saber de mais ninguém a não ser de mim. Passar uma manhã inteira no café a ler um livro, deambular sem destino numa qualquer cidade (como quando morei em Braga, em Lisboa, ou quando trabalhava no Porto) e, principalmente, gosto muito de fazer as minhas caminhadas sozinha. Não que de vez em quando não me saiba bem fazê-las acompanhada, para quebrar a rotina, mas preferencialmente vou all alone, by myself.

Gosto de não ter que falar com ninguém, reparar em tudo o que se passa à minha volta, apenas com o meu mp3, as minhas chaves de casa e a minha garrafa de água. E assim vou, pela marginal, a olhar o mar, a olhar as pessoas na praia, ou dentro da água. A reparar naquela pessoa que vai a correr já quase sem fôlego, ou naquele que se nota que começou há pouco a fazê-lo, com intenção de perder os quilinhos que tem a mais. Dou por mim, por vezes, a reparar que não vou em linha recta, que tenho tendência a desviar as minhas passadas, ora para a direita, ora para a esquerda, e penso que isso não deve ser normal. Mas não faço caso e logo olho novamente para o mar e mergulho nos meus pensamentos.

Porque são esses pensamentos que também me fazem gostar de andar sozinha. Se não, quando os tinha? Costumo reflectir sobre o meu dia, sobre as coisas que fiz, e nas que irei fazer no dia seguinte. Gosto de fazer uma retrospectiva do que tem sido a minha vida nos últimos tempos, o que fiz bem, o que fiz mal, o que me fizeram bem e o que me fizeram mal. E ultimamente tenho pensado muito em como ser mais agressiva na minha procura de emprego. Afinal, somos milhares à procura do mesmo, tem que haver algo que me distinga, que me faça chamar a atenção.

E hoje insisti um pouco mais nesse tema. Pensei nos meus amigos, principalmente nos que trabalham, e no que é que eles fizeram para conquistar o seu emprego. Ou em quem o tem, mas procura outras possibilidades. Mas também me lembrei daqueles que estudaram anos para conseguir um curso e trabalham há anos em algo que não tem nada a ver com a sua área. Gosto que me dêem conselhos. Gosto que vejam uma oferta de emprego na minha área e que se lembrem de mim. Dou valor a essas pessoas, a esses amigos. Mas também me lembro daqueles que me dizem, - ou diziam neste caso - do alto da sua 'moral', que tenho que mandar C.V. para aqui ou para ali, que tenho que ser mais agressiva, que não me esforço o suficiente mas queixando-se diariamente dos seus empregos, fora da área, sem procurarem nada, ficando acomodados. E não é isso que quero para mim. Se escolhi aquele curso, é porque quero enveredar por essa área, quero isso para a minha vida. 

Atenção, não critico aqueles que trabalham fora da área de estudo porque procuram e não conseguem. Critico, isso sim, aqueles que trabalham fora da sua área de estudo e que desistiram de ter a profissão que escolheram quando começaram a tirar o curso mas, mesmo assim, queixam-se diariamente do emprego que têm. Foi nisso que pensei hoje na minha caminhada, nessas pessoas. Porque conheço algumas assim e não gosto que me critiquem antes de olharem para o seu próprio umbigo. Que fiquem à espera de uma falha minha para falar, do alto do seu pedestal, como se fossem os seres perfeitos que não são, pelo contrário.
 
Uma hora e meia de caminhada diária também dá para estas coisas. Ora façam o mesmo, experimentem... Faz bem perder um pouquinho de tempo (pouquinho mesmo, ok?) a pensar em quem parece que nos quer mal. Para darmos ainda mais valor aos que nos querem bem. Aos outros, é mandá-los 'para o diabo'. :)

Sem comentários:

Enviar um comentário